África(s), moçambicanidade, Mia Couto – Uma varanda para o Índico

África(s), moçambicanidade, Mia Couto – Uma varanda para o Índico, dissertação de Aluísio Barros de Oliveira. 

“RESUMO Sempre vista pelos olhos de fora, desconhecedores das línguas e outras “realidades” que a constitui, a África, notadamente Moçambique, agora se (re)inventa, palimpsesticamente, nas narrativas de seus griots, narradores e/ou contadeiros de estórias. Nossa dissertação pretende, pela análise crítica do romance A varanda do frangipani, demonstrar que o escritor moçambicano Mia Couto tenciona participar do processo de (re)construção de uma nação devastada por guerras e conflitos, baseado na crença de que o papel do escritor “é o de criar os pressupostos de um pensamento mais africano, para que a avaliação do seu lugar e do seu tempo deixe de ser feita a partir de categorias criadas pelos outros” (COUTO, 2005). Inicialmente, demonstraremos como o sistema literário moçambicano se constituiu; em seguida, a inserção da narrativa coutiana ante a tradição imperante e, por fim, pela análise dos elementos constituintes do romance escolhido, o modo como – feito peça de resistência à reificação, à coisificação do indivíduo no mundo contemporâneo –, a sua escritura se fará presente nesta partilha. Além de Mia Couto, contaremos em nossa empreitada com as lições de Candido, Noa, Hernandez, Adorno, Paz, Fonseca, Secco, dentre outros estudiosos da narrativa e da narrativa africana de língua portuguesa, notadamente a moçambicana.”

 

Dissertacao de Aluisio Barros

A dimensão poética e social do feminino em obras e Mia Couto – Dissertação

A dimensão poética e social do feminino em obras de Mia Couto, dissertação de Dilson Santos.

RESUMO
O presente estudo reflete sobre a dimensão social e poética do feminino em romances de Mia Couto. Para tanto, foram selecionados os romances Terra Sonâmbula, O outro pé da sereia e Antes de nascer o mundo, com as suas respectivas personagens femininas: Farida, Mwandia e Dordalma. São ressaltados aspectos sociais e históricos de Moçambique, a partir dos cenários e personagens criados pelo autor que vivenciou os conflitos pós-coloniais ali desenrolados. As três personagens femininas são analisadas a partir da sua situação histórica, social e familiar, num contexto de violação constante por parte dos homens; ao mesmo tempo, são vistas como a representação metafórica, de uma Moçambique feminina que sofria com a colonização, com as lutas pós-coloniais e dificuldades internas (guerras civis), mas que ainda antes já era vítima de abusos patriarcais de muitos de seus próprios concidadãos. E, no contexto retratado pelos romances, é possível perceber que se o homem moçambicano já sofria ao se sentir impotente, a mulher, certamente, sofria sempre mais.

 

Dimensão social e poética do feminino, por Dilson Santos