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Relações culturais e busca identitária na obra “A VARANDA DO FRANGIPANI”, de MIA COUTO

 

Artigo de  Luiz Carlos de Oliveira  e Claudiana Soerensen 

RESUMO: A relação entre literatura e o contexto histórico no qual ela foi produzida suscita diversas análises que resultam em diferentes nuances. Essa relação se revela com maior gravidade para a pesquisa em países que passaram pelo processo de colonização e apenas recentemente conquistaram a independência política. Um exemplo desse fenômeno é Moçambique, que, após a independência e de uma sangrenta guerra civil, experimenta um processo de busca de identidade marcado pela complexidade ocasionada pelo embate entre diferentes culturas. Nesse aspecto, o estudo dos caminhos e das formas que a literatura nesse país tomou permite compreender, até certo ponto, como alguns escritores trabalham a constituição da identidade nacional em suas obras. Tomam-se, no presente trabalho, alguns pontos do livro A Varanda do Frangipani, do moçambicano Mia Couto. Na obra, fenômenos como a influência cultural ocidental versus as tradições moçambicanas e ou o antigo versus o moderno são apresentados e metaforizados a todo instante através de uma narrativa mágica em constante diálogo com elementos da natureza. A teoria pós-colonial nos servirá de suporte para as discussões propostas. Conforme Ashcroft (1991 apud BONNICI, 2005, p. 232), pode ser caracterizada como literatura pós-colonial toda produção inserida em um determinado contexto cultural e de alguma maneira afetada pelo processo imperial desde os primeiros instantes da colonização europeia até a atualidade.

RELAÇÕES CULTURAIS E BUSCA IDENTITÁRIA REVISTA TRAVESSIAS FINAL (1)

A dimensão poética e social do feminino em obras e Mia Couto – Dissertação

A dimensão poética e social do feminino em obras de Mia Couto, dissertação de Dilson Santos.

RESUMO
O presente estudo reflete sobre a dimensão social e poética do feminino em romances de Mia Couto. Para tanto, foram selecionados os romances Terra Sonâmbula, O outro pé da sereia e Antes de nascer o mundo, com as suas respectivas personagens femininas: Farida, Mwandia e Dordalma. São ressaltados aspectos sociais e históricos de Moçambique, a partir dos cenários e personagens criados pelo autor que vivenciou os conflitos pós-coloniais ali desenrolados. As três personagens femininas são analisadas a partir da sua situação histórica, social e familiar, num contexto de violação constante por parte dos homens; ao mesmo tempo, são vistas como a representação metafórica, de uma Moçambique feminina que sofria com a colonização, com as lutas pós-coloniais e dificuldades internas (guerras civis), mas que ainda antes já era vítima de abusos patriarcais de muitos de seus próprios concidadãos. E, no contexto retratado pelos romances, é possível perceber que se o homem moçambicano já sofria ao se sentir impotente, a mulher, certamente, sofria sempre mais.

 

Dimensão social e poética do feminino, por Dilson Santos

Fundação Fernando Leite Couto será inaugurada no dia 16 de abril

Irmãos Couto noticiando a inauguração da Fundação Fernando Couto, em Maputo.

Irmãos Couto noticiando a inauguração da Fundação Fernando Couto, em Maputo.

Nesta quinta-feira, dia 16 de Abril, será inaugurada, em Maputo – Moçambique, a Fundação Fernando Couto.

Idealizada pelo homenageado Fernando Leite Couto, a Fundação está a ser organizada por seus três filhos, Fernando, Armando e Mia Couto desde o falecimento do pai, há dois anos e destina-se a fomentar ações de desenvolvimento cultural, com enfoque na arte e na literatura.

Conforme noticiado pela família na apresentação à imprensa da ideia e propósitos da instituição,  em Maputo, afirmaram que ela irá, entre outras ações, estimular e apoiar iniciativas e ações culturais em defesa da difusão da literatura e da arte moçambicana, apoiar novos autores no campo da literatura, promover eventos literários, exposições de artes plásticas, debates, oficinas de criação literária, intercâmbios e outras iniciativas conducentes ao engrandecimento da cultura moçambicana de um modo geral.

O dia 16 de abril fora escolhido para o lançamento por ser a data do aniversário do homenageado Fernando Couto. Pessoas ligadas à literatura, às artes e a cultura, bem como amigos e familiares foram convidadas a prestigiarem  evento de lançamento.